Índice de noticiabilidade: qual o “hype”? 10.447

O “índice de noticiabilidade” é um conceito do jornalismo, referindo-se aos critérios que influenciam a seleção e o destaque dos fatos a serem transformados em notícias. Esses critérios, também conhecidos como valores-notícia, ajudam a determinar o que torna um acontecimento digno de cobertura jornalística.

Noticiabilidade

Critérios de Noticiabilidade:

  1. Relevância: O impacto e a importância do evento para o público-alvo. Quanto maior o impacto, maior a probabilidade de o fato ser noticiado.
  2. Proximidade: A localização geográfica e cultural do evento em relação ao público. Eventos locais ou que afetam diretamente a comunidade têm maior chance de serem noticiados.
  3. Atualidade: A temporalidade do evento. Fatos recentes ou em andamento tendem a ter mais destaque.
  4. Ineditismo: A novidade ou singularidade do evento. Quanto mais inusitado ou raro, mais interesse ele pode gerar.
  5. Magnitude: A escala do evento. Grandes desastres naturais, eventos políticos de grande impacto ou outras ocorrências de grande escala são frequentemente cobertos.
  6. Proeminência: A notoriedade das pessoas envolvidas. Eventos que envolvem figuras públicas ou celebridades geralmente recebem mais atenção.
  7. Conflito: A presença de controvérsias, disputas ou tensões. Conflitos e escândalos tendem a atrair a atenção da mídia.

No contexto da internet, “hype” refere-se à criação de uma expectativa exagerada ou entusiasmo em torno de um produto, evento ou pessoa, geralmente por meio de campanhas de marketing agressivas e promovidas em grande escala. O termo implica frequentemente um nível de exagero que pode não ser completamente justificado pelo produto ou evento em questão【20†source】【21†source】.

Hype

Características do Hype:

  1. Exagero: O hype envolve frequentemente a promoção exagerada de algo, criando uma percepção de grandeza ou importância que pode não corresponder à realidade.
  2. Expectativa Elevada: Gera um alto nível de antecipação e expectativa entre o público.
  3. Marketing Agressivo: É impulsionado por campanhas de marketing intensivas e muitas vezes espetaculares, utilizando todos os meios disponíveis, como redes sociais, anúncios online, influenciadores, e eventos promocionais.

Diferença entre Hype e Buzz:

  • Hype: É artificialmente criado através de publicidade e promoção agressiva. É projetado para gerar uma grande quantidade de atenção rapidamente, mas pode ser de curta duração e resultar em decepção se as expectativas não forem atendidas.
  • Buzz: É gerado de forma mais orgânica e sustentada, através de boca a boca, qualidade consistente do produto e satisfação do cliente. O buzz tende a ser mais duradouro e confiável, construído sobre uma base de genuíno interesse e aprovação do público.

Importância do Hype na Internet:

Na era digital, o hype pode ser uma ferramenta poderosa para o lançamento de novos produtos, filmes, jogos, e outras ofertas, ajudando a captar a atenção do público em um mercado saturado. No entanto, também pode levar a decepções se não houver um produto sólido por trás das expectativas criadas.

Entender a diferença entre hype e buzz e utilizar essas estratégias de forma adequada pode ajudar as empresas a manter a confiança e a satisfação dos consumidores, evitando promessas não cumpridas e a subsequente perda de credibilidade.

Definição Ampliada de “Hype” no Brasil:

No Brasil, o termo “hype” é frequentemente usado para descrever algo que está em alta, popular ou em tendência, especialmente na internet e nas redes sociais. Isso pode se aplicar a uma ampla gama de tópicos, incluindo moda, música, tecnologia, eventos culturais, produtos, e memes. O “hype” pode ser gerado tanto por campanhas de marketing quanto por fenômenos espontâneos de popularidade.

Análise do Conceito de Hype:

  1. Popularidade e Tendência:
    No Brasil, “hype” é amplamente usado para identificar o que está “bombando” nas redes sociais e no consumo cultural. Isso inclui novos lançamentos de produtos, artistas emergentes, séries de TV e filmes, bem como tendências de moda e beleza. Se algo está recebendo muita atenção, engajamento ou menções online, é considerado “hype”.
  2. Marketing e Influenciadores:
    O “hype” muitas vezes é impulsionado por influenciadores digitais e campanhas de marketing que utilizam táticas de viralização. Marcas e criadores de conteúdo trabalham para criar uma sensação de urgência e desejo em torno de seus produtos ou serviços, frequentemente utilizando plataformas como Instagram, TikTok, e YouTube para alcançar um público amplo.
  3. Participação Social:
    No contexto brasileiro, o “hype” também reflete a capacidade das redes sociais de amplificar rapidamente o interesse em torno de um tópico. Um exemplo recente seria a popularidade repentina de certos memes ou desafios de redes sociais que capturam a atenção do público em questão de dias ou até horas.
  4. Cultura e Eventos:
    Eventos culturais, como shows, festivais e estreias de filmes, muitas vezes geram “hype” significativo. Por exemplo, grandes lançamentos cinematográficos ou shows de artistas renomados podem gerar uma antecipação enorme, com ingressos esgotando rapidamente devido ao “hype” gerado em torno do evento.

Exemplos de Hype no Contexto Brasileiro:

  • Lançamento de Produtos: O lançamento de novos smartphones ou gadgets, especialmente aqueles de marcas populares como Apple ou Samsung, frequentemente gera um grande “hype” online, com discussões em fóruns, análises em canais do YouTube, e posts nas redes sociais.
  • Moda: Itens de moda, como coleções limitadas de grandes estilistas ou colaborações especiais, muitas vezes entram em “hype”. Por exemplo, uma nova coleção da Supreme ou uma colaboração da Nike pode se esgotar em minutos devido ao “hype”.
  • Memes e Cultura Pop: Memes e tendências virais nas redes sociais frequentemente entram em “hype”. Por exemplo, danças virais no TikTok ou memes do Twitter que se espalham rapidamente e ganham enorme popularidade em curto prazo.

Conclusão sobre hype:
O “hype” no Brasil é uma combinação de popularidade, tendência e engajamento intenso, muitas vezes amplificado pelas redes sociais e influenciadores digitais. É um fenômeno que pode ser tanto espontâneo quanto estrategicamente planejado, mas que sempre reflete o que está em alta e recebendo atenção significativa no momento.

Juntando tudo

“Fulaninha, famosinha da internet, que tem como grande feito mostrar seu traseiro em biquínis mínimos no Instagram, já não mais está namorando Sicraninho, disse à reportagem que busca novas experiências e o tempo que ficaram juntos foi de muita felicidade. Sicranhinho não quis comentar com a nossa equipe. Da redação do Fútil, seu jornal diário de coisas desimportantes que ganham grande espaço na mídia.”

O texto é uma paráfrase de coluna de um grande jornal, que li hoje. Achei fantástico: agora sei sobre a vida pessoal e amora de pessoas que não tem qualquer valor em minha vida!

Mas o pior é que somos assim! Gostamos de uma fofoca. Vira e mexe eu me pego lendo ou assistindo coisas que não me interessam nem um pouco, que vou esquecer em minutos, que – além do tempo perdido – não terão qualquer influência na minha vida, mas que me prendem a atenção.

E aqui está o segredo: A maior moeda da atualidade é a atenção!

Cada vez mais escassa e cada vez mais fugaz.

Vejo isso até na minha atuação como advogado: não raro peço em minhas peças pão, e o judiciário concede ou nega parafusos, com extensas fundamentações copiadas e coladas.

Chego então ao mecanicismo: que explico em proposições lógicas:

Se há muita coisa disputando a atenção das pessoas, então preciso produzir muito conteúdo para competir nesse mercado;

Se preciso produzir muito conteúdo, então é preciso sacrificar a qualidade;

Se a qualidade é baixa, então os conteúdos são superficiais;

Se os conteúdos são superficiais, então exigem pouca atenção;

Se quase todo conteúdo exige pouca atenção, então as pessoas vão se acostumar a consumir coisas superficiais;

Se as pessoas só consomem coisas rasas, então prestam menos atenção.

Eis o ciclo do empobrecimento cultural: Conteúdos mais rasos para quem tem presta menos atenção, e pessoas prestando menos atenção porque se acostumam com conteúdos mais rasos.

O desafio então está: produzir conteúdos lentos, profundos e agregadores que consigam a atenção das pessoas.

Fácil, não?

É isso!


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